Estranhos Atratores

COVID-19 – Empresários acima de tudo, lucro acima de todos – Eduardo Kaze

Quarentena, dia 5

Por Eduardo Kaze

Declarada a guerra de JB, a Besta, contra governadores. Com histórico de atleta – flexões são sua especialidade – JB, a Besta não teme o coronavírus. Se o vir, mostra até a língua, pirracento que é. Militares se preparam para pegar JB, a Besta, pelos colarinhos. O povo brasileiro, no meio da briga político/militar/sanitária/empresarial deverá escolher quais cidadãos velhos têm valor no mundo pós-apocalíptico que se inaugura.

Dia 5 (24/03/2020)

Mais uma vez, Marx vai esperar. Isso porque Jair Bolsonaro, nesta noite, veio à público passar panos quentes na pandemia do novo coronavírus. Para iniciar a crítica do discurso, antes uma ressalva aos que pretendem assisti-lo: crianças em processo de alfabetização têm mais desenvoltura lendo que esse presidente mequetrefe – e é recomendável manter, todavia, as crianças afastadas de tão nefasta figura.

Mas o analfabetismo funcional de Bolsonaro é o menor dos problemas da declaração. Ele chama de gripezinha a doença que contaminou quase 300 mil pessoas no mundo, matando mais de 15 mil delas. No Brasil, o auge do contágio ainda não ocorreu, e já temos cerca de 2500 casos oficiais, com 57 óbitos. Seguimos o ritmo dos italianos e, se depender do presidente, os alcançaremos logo.

Não se trata de uma “gripezinha”, como disse Bolsonaro, que chegou ao ridículo de afirmar: “pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria…”.

A megalomania bolsonariana atingiu patamares olímpicos. Entre seus deusesvelhos da Havan, ratos do SBT, pastores da Record, juniores da Madero – este, inclusive, chegou a balbuciar na internet que não podemos parar a economia por 5 ou 7 mil mortes…

Podemos sim, e vamos parar! Chega de chorumelas, o capitalismo não funciona – para todos – e vocês vão pagar por essa crise, sim!

Se o presidente defende a burguesia, deverá usufruir do mesmo destino francês que desponta para essa classe no horizonte. Lavem seus pescoços, megaempresários, líderes religiosos e capitalistas. Lavem seus pescoços para estarem à altura da lâmina dos trabalhadores – nem sempre afiada, mas jamais cega.

Se JB, a Besta, não voltar a falar merda, amanhã voltamos com a programação normal e o estudo d´O capital, de Marx. Avermelhem-se.

Eduardo Kaze

Redatoria Gonzo