Estranhos Atratores

A invasão do lixo nas trilhas de Paranapiacaba

Por SOS Paranapiacaba – Apesar de compreendermos que o acesso ao turismo e ao lazer em nosso país seja um privilégio para poucos e que Paranapiacaba há décadas seja visitada por milhares de aventureiros de fim de semana justamente por ser um local de baixo custo e de fácil acesso, não podemos fechar os olhos para a calamidade do lixo e turismo de degradação que está se proliferando em nossas trilhas, cachoeiras e mirantes.
Ao longo das últimas semanas o SOS Paranapiacaba percorreu inúmeros caminhos no entorno da vila ferroviária e constatou o que as fotos deste post denunciam. Um turismo predatório está ocorrendo em nossas matas e se agrava ainda mais nos feriados prolongados e festas nacionais como natal e ano novo.
Apesar de muitas trilhas estarem fechadas/proibidas e outras poucas só serem permitidas o acesso com a presença de guia credenciado, pouca ou nenhuma fiscalização do poder público tornaram várias rotas da mata atlântica verdadeiros lixões a céu aberto, sendo visitadas por centenas de pessoas sem autorização e sem educação, que se espalham do funicular ao poço das moças, com ponto crítico entre as cachoeiras da fumaça e cristal, local inclusive onde o índice de pessoas perdidas na mata é recorde ano após ano.
Pouco ou nenhum cuidado com a natureza são demonstrados quando encontramos todo tipo de descarte de material em dezenas de trilhas. São panelas, chinelos, sapatos, maços e bitucas de cigarro, roupas, fezes etc. Não contentes em espalhar lixo no chão, não é raro encontrar materiais descartados dentro dos córregos e até nos galhos das árvores…
Em uma das torres de transmissão perto da cachoeira da fumaça encontramos nada menos que uma “arvore de natal” com dezenas de pares de sapatos arremessados ali de forma “gracejosa”, explicitando nossa falência educacional e civilizatória.
O movimento SOS Paranapiacaba não é apenas contra a instalação do Porto Seco nas imediações da vila ferroviária, é também defensor do patrimônio histórico, da fauna e flora de nossa mata atlântica e do turismo sustentável.
Turismo sustentável que não está ocorrendo em nossas trilhas. Exigimos providências das autoridades e dos órgãos de fiscalização e preservação. Exigimos uma manifestação da prefeitura de Santo André.